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Concluída em 1982, a ponte analisada se encontrava implantada sobre o Rio Itajuba, município de Barra Velha/SC.
Sobre a ponte analisada trafegavam veículos que acessavam ou dirigiam-se a região de Itajuba e aos municípios de Piçarras e Penha. Em caso de engarrafamentos ou acidentes, a ponte recebia o tráfego da rodovia BR-101 que constitui um dos principais corredores rodoviários do Brasil.
Os trabalhos foram realizados em atendimento à nomeação para atuar como Perito Judicial em ação civil pública que tramitava na comarca de Barra Velha, em face da existência de danos estruturais graves. O Ministério Público de Santa Catarina requeria, entre outros, apresentação de laudo estrutural e projeto de recuperação e reforma para sanar o risco de colapso estrutural.
Nos trabalhos foram empregadas inspeções detalhadas de toda a estrutura, complementadas por análises químicas diversas, ensaios tecnológicos (destrutivos, parcialmente destrutivos e não destrutivos) e modelagens computacionais, que permitiram diagnosticar adequadamente as limitações estruturais existentes.
As análises realizadas permitiram identificar condições inseguras importantes, mesmo com as obras de reforço previamente realizadas, que se revelaram ineficientes (inadequadamente dimensionadas e executadas). Cada um dos 4 pilares da ponte poderia romper repentinamente e causar o desabamento da estrutura, implicando em risco de perda de vidas e em danos importantes à economia e ao entorno, incluindo a inundação de uma região extensa à montante, erosão de diversos imóveis vizinhos, comprometimento da pesca e da navegação local, dentre outros danos possíveis.
A partir das análises realizadas foram indicadas medidas necessárias a recuperação e reforço, entretanto o estado de conservação, a complexidade da obra, o risco de reinstalação dos processos corrosivos, a vida útil limitada da estrutura e o elevado custo das intervenções (que poderiam superar o custo de uma nova estrutura), inviabilizariam a execução de obras de reforço. Considerou-se ainda que uma nova estrutura resolveria deficiências importantes que prejudicavam o trânsito de embarcações, expunham pedestres à riscos de atropelamento e favoreciam inundações pelo estrangulamento que a ponte causava ao rio.
A partir das conclusões apresentadas decidiu-se interditar a ponte existente, deslocar o trânsito para uma estrutura provisória e executar por uma nova ponte no local. O trânsito de veículos sobre a nova ponte foi liberado em junho de 2023.
As análises da estrutura da ponte foram realizadas entre julho e setembro de 2020.
